Monday, November 3, 2014

Estratégia Militar – a Expansão da Alemanha Nazista, o Crescimento do Estado Islâmico, e o avanço do Comunismo Lulo-Chavista na América Latina


 
 
 
Estratégia Militar – a Expansão da Alemanha Nazista, o Crescimento do Estado Islâmico, e o avanço do Comunismo Lulo-Chavista na América Latina
Meu pai lutou na Segunda Grande Guerra, de 1942 a 45, primeiramente no front italiano e, em seguida como intérprete para o comando das tropas aliadas em Roma. De modo que eu cresci vendo filmes de guerra, lendo livros sobre o assunto e ouvindo estórias de estratégia militar.
Tres foram os pilares estratégicos que permitiram o avanço relâmpago da Alemanha Nazista sobre a Europa no final da década de 30:
1)      A incredulidade dos paises aliados
2)      A garantia de recursos financeiros para manutenção do seu programa expansionista
3)      O fanatismo cego dos seus seguidores.
Para os que não conhecem a história, nos anos que antecederam a Segunda Grande Guerra, as potenciais aliadas ocidentais vinham todas preocupadas em restaurar suas próprias economias após os prejuísos e danos deixados pela Primeira Guerra e sequer prestavam atenção ao sinais claros de militarização da Alemanha. Ainda mesmo quando Hitler já havia invadido a Austria e a Tchecoslovaquia, os Estados Unidos, Inglaterra e França se recusavam a crer que Hitler podería ter algum plano mais ambicioso que ameaçasse a Europa.
Quanto a fundos, Hitler conseguiu primeiramente apoio de banqueiros e grandes industriais Europeus em troca de promessa de contratos milhonários não só durante o rearmamento alemão, mas também para a reconstrução da Europa apóas a guerra.  Além disso, Hitler também contou com as fortunas confiscadas dos judeus europeus, do ouro e riquesas minerais pilhados dos paises conquistados e, como não poderia deixar de ser, dos campos de petróleo e refinarias húngaras, dos quais assumiu o controle ainda antes do início da guerra.
Finalmente, com uso de uma máquina de propaganda fantástica, com todo suporte financeiro necessário, e o sistema de governo alemão devidamente aparelhado pelo partido Nazista, Hitler conseguiu em pouco tempo a mobilização de uma gigantesca massa de apoiadores fanáticos, absolutamente cegos e ignorantes da história mundial, tanto dentro quanto fora da Alemanha.
O avanço do chamado Estado Islâmico sobre os países do Golfo Pérsico não é em nada diferente do avanço da Alemanha Nazista sobre a Europa na Segunda Grande Guerra. Primeiro contaram com a incredulidade do resto do mundo. Cansados com anos de guerra no Iraque, Afeganistão e Síria, e sobretudo depois da grande recessão mundial de 2008, as grandes potências aliadas como Estados Unidos, Ingraterra, França, Alemanha, etc., estavam demasiadamente preocupadas em recuperar suas próprias economias e trazer seus soldados de volta dos campos de batalha, que sequer perceberam o avanço do Estado Islâmico sobre os países do Golfo Pérsico. Quando se deram conta, o EI já era dono de boa parte do território do Iraque e da Síria, e hoje já ameaçam a Turquia.
De maneira também semelhante à Alemanha Nazista, o EI tratou de assegurar fundos necessários para financiamento de sua campanha expansionista, assumindo o controle de gigantescos campos de petroleo e refinarias, tanto no Iraque quanto na Síria, que lhes garantem uma fonte de recursos mais que suficiente pra comprar armamentos e suprimentos necessarios por muitos, muitos anos.
Finalmente, como não é supresa para ninguém, o EI contra com uma máquina de propaganda fantástica, devidamente paga com recursos dos seus campos de petróleo, capaz de mobilizar um exército gigantesco de fanáticos, na sua maioria jovens ignorantes e despreparados,  não só de países árabes mas também de países como os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Australia, França, etc.
Com tanta história, e todas tão parecidas, não deveria ser supresa para ninguém que as ditaduras de esquerda Lulo-Chavistas tem se utilisado exatamente da mesma estratégia para rapidamente conseguir controle de paises Latino Americanos como a Venezuela, Equador, Argentina e Brasil nos últimos anos. Primeiro de tudo, contam com a incredulidade do povo, a dispeito de todos os sinais claros de ataques à constituição desses países, perda de liberdades democráticas, aparelhamento das instituições governamentais e para-governamentais, controle dos canais de comunicação, etc.  Na Venezuela, por exemplo, quando o povo se deu conta do intervencionismo Chavista, só restaram duas alternativas: deixar o país ou se submeter ao comunismo miserável e favelizante de Hugo Chavez.
Exatamene como no caso da Alemanha Nazista na Segunda Guerra, e do Estado Islâmico no Golfo Pérsico, o comunismo Lulo-Chavista se apoderou principalmente das gigantescas reservas de petróleo da Venezuela e Brasil, e também de reservas não tão grandes, mas também valiosas como as da Argentina, Bolívia e Ecuador, para financiar seus programas expansionistas na América Latina. Lula, exatamente como Hitler nos anos que antecederam à Segunda Guerra, arregimentou o valioso apoio de grandes grupos industriais como Odebrecth, Delta, Mendes Junior, Engevix, Queiroz Galvão, etc., em troca de “tratamento preferencial” em contratos milhonários para constução de obras tanto no Brasil como em países simpáticos ao seu programa de govêrno.
Finalmente, com a máquina estatal desses países devidamente aparelhada pelo governo vigente (veja por exemplo o aparelhamento de todo o Legislativo e de áreas chaves do Judiciário no Brasil, como o TSE e o STJ), e com fundos garantidos através do controle de gigantescas reservas de petróleo, refinarias e repasses de empresas beneeficiadas com contratos milhonários superfaturados, foi facil para o sistema Lulo-Chavista doutrinar uma massa gigantesca de pobres deseducados, inteiramente dependentes do assistencialismo barato desses governos inescrupulosos, e de jovens idealistas desorientados, com educação deficiente e desconhecimento da história.
Como não poderia deixar de ser, a história se repete, e os planos expansionistas de regimes totalitários, fanáticos e inescrupulosos, procedem exatamente da mesma maneira como na Alemanha Nazista, no Estado Islâmico e no comunismo miserável Lulo-Chavista. Todos confiantes nos mesmos pilares estratégicos: (1) incredulidade de seus observadores, (2) garantia de fundos, e (3) aparelhamento do estado para controle de uma massa de fanáticos mobilizados entre as populações carentes e jovens com baixo grau de instrução.


Monday, July 28, 2014

“La Careta Del Gigante” – Mario Vargas Llosa y la Farsa del Gobierno Petista en Brasil

La Careta Del Gigante

Por Mario Vargas Llosa para El Pais - 13 Jul 2014




PIEDRA DE TOQUE. El mito de la ‘Canarinha’ nos hacía soñar hermosos sueños. Pero en el fútbol como en la política es malo vivir soñando y siempre preferible atenerse a la verdad, por dolorosa que sea

 
Me apenó mucho la cataclísmica derrota de Brasil ante Alemania en la semifinal de la Copa del Mundo, pero confieso que no me sorprendió tanto. De un tiempo a esta parte, la famosa Canarinha se parecía cada vez menos a lo que había sido la mítica escuadra brasileña que deslumbró mi juventud y esta impresión se confirmó para mí en sus primeras presentaciones en este campeonato mundial, donde el equipo carioca dio una pobre imagen haciendo esfuerzos desesperados para no ser lo que fue en el pasado sino jugar un fútbol de fría eficiencia, a la manera europea.

No funcionaba nada bien; había algo forzado, artificioso y antinatural en ese esfuerzo, que se traducía en un desangelado rendimiento de todo el cuadro, incluido el de su estrella máxima, Neymar. Todos los jugadores parecían embridados. El viejo estilo —el de un Pelé, Sócrates, Garrincha, Tostao, Zico— seducía porque estimulaba el lucimiento y la creatividad de cada cual, y de ello resultaba que el equipo brasileño, además de meter goles, brindaba un espectáculo soberbio, en que el fútbol se trascendía a sí mismo y se convertía en arte: coreografía, danza, circo, ballet.

Los críticos deportivos han abrumado de improperios a Luiz Felipe Scolari, el entrenador brasileño, al que responsabilizan de la humillante derrota por haber impuesto a la selección carioca una metodología de juego de conjunto que traicionaba su rica tradición y la privaba de la brillantez y la iniciativa que antes eran inseparables de su eficacia, convirtiendo a los jugadores en meras piezas de una estrategia, casi en autómatas. Sin embargo, yo creo que la culpa de Scolari no es solo suya sino, tal vez, una manifestación en el ámbito deportivo de un fenómeno que, desde hace algún tiempo, representa todo el Brasil: vivir una ficción que es brutalmente desmentida por una realidad profunda.

No hubo ningún milagro en los años de Lula, sino un espejismo que ahora comienza a despejarse

Todo nace con el Gobierno de Lula da Silva (2003-2010), quien, según el mito universalmente aceptado, dio el impulso decisivo al desarrollo económico de Brasil, despertando de este modo a ese gigante dormido y encarrilándolo en la dirección de las grandes potencias. Las formidables estadísticas que difundía el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística eran aceptadas por doquier: de 49 millones, los pobres bajaron a ser sólo 16 millones en ese período y la clase media aumentó de 66 a 113 millones. No es de extrañar que, con estas credenciales, Dilma Rousseff, compañera y discípula de Lula, ganara las elecciones con tanta facilidad. Ahora que quiere hacerse reelegir y que la verdad sobre la condición de la economía brasileña parece sustituir al mito, muchos la responsabilizan a ella de esa declinación veloz y piden que se vuelva al lulismo, el Gobierno que sembró, con sus políticas mercantilistas y corruptas, las semillas de la catástrofe.

La verdad es que no hubo ningún milagro en aquellos años, sino un espejismo que sólo ahora comienza a despejarse, como ha ocurrido con el fútbol brasileño. Una política populista como la que practicó Lula durante sus Gobiernos pudo producir la ilusión de un progreso social y económico que era nada más que un fugaz fuego de artificio. El endeudamiento que financiaba los costosos programas sociales era, a menudo, una cortina de humo para tráficos delictuosos que han llevado a muchos ministros y altos funcionarios de aquellos años (y los actuales) a la cárcel o al banquillo de los acusados. Las alianzas mercantilistas entre Gobierno y empresas privadas enriquecieron a buen número de funcionarios y empresarios, pero crearon un sistema tan endemoniadamente burocrático que incentivaba la corrupción y ha ido desalentando la inversión. De otro lado, el Estado se embarcó muchas veces en faraónicas e irresponsables operaciones, de las que los gastos emprendidos con motivo de la Copa Mundial de Fútbol son un formidable ejemplo.

El Gobierno brasileño dijo que no habría dineros públicos en los 13.000 millones que invertiría en el Mundial de fútbol. Era mentira. El BNDS (Banco Brasileño de Desarrollo) ha financiado a casi todas las empresas que ganaron las obras de infraestructura y que, todas ellas, subsidiaban al Partido de los Trabajadores actualmente en el poder. (Se calcula que por cada dólar donado han obtenido entre 15 y 30 dólares en contratos).

Las obras mismas constituían un caso flagrante de delirio mesiánico y fantástica irresponsabilidad. De los 12 estadios acondicionados sólo se necesitaban ocho, según advirtió la propia FIFA, y la planificación fue tan chapucera que la mitad de las reformas de la infraestructura urbana y de transportes debieron ser canceladas o sólo serán terminadas ¡después del campeonato! No es de extrañar que la protesta popular ante semejante derroche, motivado por razones publicitarias y electoralistas, sacara a miles de miles de brasileños a las calles y remeciera a todo el Brasil.

Las cifras que los organismos internacionales, como el Banco Mundial, dan en la actualidad sobre el futuro inmediato del Brasil son bastante alarmantes. Para este año se calcula que la economía crecerá apenas un 1,5%, un descenso de medio punto sobre los últimos dos años en los que sólo raspó el 2% . Las perspectivas de inversión privada son muy escasas, por la desconfianza que ha surgido ante lo que se creía un modelo original y ha resultado ser nada más que una peligrosa alianza de populismo con mercantilismo y por la telaraña burocrática e intervencionista que asfixia la actividad empresarial y propaga las prácticas mafiosas.

Las obras del Mundial de fútbol han sido un caso flagrante de delirio e irresponsabilidad

Pese a un horizonte tan preocupante, el Estado sigue creciendo de manera inmoderada —ya gasta el 40% del producto bruto— y multiplica los impuestos a la vez que las “correcciones” del mercado, lo que ha hecho que cunda la inseguridad entre empresarios e inversores. Pese a ello, según las encuestas, Dilma Rousseff ganará las próximas elecciones de octubre, y seguirá gobernando inspirada en las realizaciones y logros de Lula da Silva.

Si es así, no sólo el pueblo brasileño estará labrando su propia ruina y más pronto que tarde descubrirá que el mito en el que está fundado el modelo brasileño es una ficción tan poco seria como la del equipo de fútbol al que Alemania aniquiló. Y descubrirá también que es mucho más difícil reconstruir un país que destruirlo. Y que, en todos estos años, primero con Lula da Silva y luego con Dilma Rousseff, ha vivido una mentira que irán pagando sus hijos y sus nietos, cuando tengan que empezar a reedificar desde las raíces una sociedad a la que aquellas políticas hundieron todavía más en el subdesarrollo. Es verdad que Brasil había sido un gigante que comenzaba a despertar en los años que lo gobernó Fernando Henrique Cardoso, que ordenó sus finanzas, dio firmeza a su moneda y sentó las bases de una verdadera democracia y una genuina economía de mercado. Pero sus sucesores, en lugar de perseverar y profundizar aquellas reformas, las fueron desnaturalizando y regresando el país a las viejas prácticas malsanas.

No sólo los brasileños han sido víctimas del espejismo fabricado por Lula da Silva, también el resto de los latinoamericanos. Porque la política exterior del Brasil en todos estos años ha sido de complicidad y apoyo descarado a la política venezolana del comandante Chávez y de Nicolás Maduro, y de una vergonzosa “neutralidad” ante Cuba, negándoles toda forma de apoyo ante los organismos internacionales a los valerosos disidentes que en ambos países luchan por recuperar la democracia y la libertad. Al mismo tiempo, los Gobiernos populistas de Evo Morales en Bolivia, del comandante Ortega en Nicaragua y de Correa en el Ecuador —las más imperfectas formas de Gobiernos representativos en toda América Latina— han tenido en Brasil su más activo valedor.

Por eso, cuanto más pronto caiga la careta de ese supuesto gigante en el que Lula habría convertido al Brasil, mejor para los brasileños. El mito de la Canarinha nos hacía soñar hermosos sueños. Pero en el fútbol como en la política es malo vivir soñando y siempre preferible —aunque sea dolorosa— atenerse a la verdad.

 

Derechos mundiales de prensa en todas las lenguas reservados a Ediciones EL PAÍS, SL, 2014.
 
© Mario Vargas Llosa, 2014.

 

Sunday, February 24, 2013

We Are No Sisyphus!





We Are No Sisyphus


According to Greek Mythology, Sisyphus was the son o Aeolus, the king of Thessaly, the founder and first king of Corinth. He was known not only for being a tyrant but also for his deceitfulness, dishonesty and deviousness.  Once, he escaped death himself, by deceiving Thanatos, the god of death, and incarcerating him in his own home as he came for him.

For all his crimes and treachery, Zeus condemned Sisyphus to spend all eternity rolling a huge bolder up a steep hillside. Every time he got close to the hilltop, he would be so exhausted that would let the bolder go. The bolder would then roll back downhill to where it originally was, forcing Sisyphus to come down and begin his tedious and painful labor all over again.

In 1941, the French philosopher Albert Camus wrote an essay using the myth of Sisyphus to illustrate the absurdity of human life. Camus drove the point that quite often men can be stuck in the most menial, tedious, laborious, repetitive and meaningless tasks without ever questioning the absurdity of such tasks and yet be content.

I go beyond that. It is quite often that we see people consuming their lives carrying the heaviest burdens in the most oblivious, irrational ways.  Burdens that some times don’t even belong to them or, perhaps, that they picked when they were little and many years later still feel that they have to carry them.  Wake up! Just drop that unreasonable, irrational burden of yours. Try looking the other way around and you may just realize that the burden was not even yours to begin with, or it was something unreasonably pushed on you when you were a kid and you still feel like you have to carry it, even when you are all grown up. Move on! Look up! There may be a much brighter, happier, colorful future waiting for your straight ahead but one that you will never get to see if you keep going back to that same unreasonable burden again and again. God gave us free will, a heart full of resources and a mind capable of complex decisions. Listen me up, you are not Sisyphus!





Link to the Wikipedia section on Sisyphus: http://en.wikipedia.org/wiki/Sisyphus

Thursday, November 29, 2012

Na Contramão da História





Excelente artigo - "Até quando vamos ficar na contramão?" - publicado por Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) no Brasil Econômico, dia 29 de Novembro de 2012.

Comecei minha carreira na indústria do petróleo em 1980, na Petrobras; tive o privilegio de ser um dos precursores da indústria offshore no Brasil e da chamada tecnologia de ponta de “aguas profundas”.  Imigrei para os EUA há mais de 20 anos, mas sempre me mantive atualizado sobre a indústria Brasileira e, inclusive, estive a trabalho no Brasil para algumas das IOCs (International Oil Companies) inúmeras vezes ao longo desses anos.

Nos anos de 2005/06, em particular, estive no Brasil pela Kerr-McGee/Anadarko para o desenvolvimento do campo de Peregrino, juntamente com a Statoil.  Nessa época era visível o desenvolvimento  ocorrido na indústria de petróleo no Brasil desde a criação da Lei do Petróleo em 98.  A pujança e sinergia da indústria eram notáveis.  Praticamente todas as grandes empresas de serviço internacionais estavam presentes no país, sobretudo em Macaé. Organizações de classe, como a ONIP, por exemplo, e o IBP, haviam implementado programas sérios e exemplares de treinamento e capacitação da indústria nacional para atender a demanda crescente das empresas estrangeiras que corriam em massa para o Brasil. Eu particularmente tive o privilegio de participar diretamente de alguns desses programas. O ambiente na indústria era positivo, empreendedor e cooperativo, mesmo entre as ditas operadoras estrangeiras.  Em termos de dinamismo, trabalhar na indústria do petróleo no Brasil, nessa época, era como estar em Houston, nos EUA; em Aberdeen, na Escócia; ou em Stavanger, na Noruega.

A finais de 2007, 443,840Km2 de áreas exploratórias haviam sido concedidas a 141 operadoras, gerando uma receita direta para o pais de R$3.84 bilhões somente em bônus pagos a ANP, sem contar os investimento milionários feito por essas empresas na exploração e desenvolvimentos dessas áreas, e a enorme quantidade de empregos diretos e indiretos criados em suporte dessa atividade. A produção de petróleo do país passou de 307.000bpd em finais de 1997, pouco antes da criação da Lei do Petróleo,  para 660.000bpd em 2009. O sucesso do processo licitatório brasileiro estava devidamente atestado.

Infelizmente, com diz a cultura popular, “não tem mal que dure para sempre nem bem que nunca se acabe”. Com a suspenção da oitava rodada de licitações pela ANP e posterior confisco pelo governo Brasileiro dos blocos legalmente obtidos pelas operadoras estrangeiras, esse dinamismo cessou. Pior ainda, as mudanças grotescas e mal enjambradas feitas pelo governo Lula na Lei do Petróleo no final do seu governo; e todo o processo casuístico, arbitrário e flagrantemente inconstitucional engendrado pelo governo para a dita “capitalização” da Petrobras, transformaram um ambiente até então progressista e empreendedor em um ambiente de instabilidade jurídica e institucional a exemplo do que já vinha acontecendo na Venezuela de Chaves, na Bolívia de Morales, no Equador de Correa e na Argentina dos Kirchner.

Hoje, com o clima de incertezas que paira sobre a indústria do petróleo no Brasil, e depois de cinco longos anos sem a realização de uma rodada licitatória, a atenção das empresas estrangeiras se tem voltado a outros países, sobretudo na África, Ásia e até mesmo na América do Norte. Em estudo publicado em 12 de Novembro de 2012 intitulado  “North America Leads Shift in Global Energy Balancee que mereceu atenção da agencia de noticias Reuters, de Londres, a International Energy Agency (IEA) conclui que, depois do acidente com o poço da BP no Golfo do México, em 2010, a indústria de petróleo americana voltou a crescer a passos largos a ponto de que os Estados Unidos devam ultrapassar a Arábia Saudita como o maior produtor de petróleo do mundo antes mesmo de 2020. Interessante notar que, em Agosto deste ano, o “Bureau of Energy Management” dos Estados Unidos, publicou um calendário antecipando os períodos previstos para a realização das  próximas 15 rodadas licitatórias de blocos exploratórios, somente no Golfo do México, e somente entre os anos de 2012 e 2017. Uma média de três rodadas licitatórias por ano, enquanto no Brasil não se realiza uma desde 2008.  Por aí, quem sabe, se possa avaliar os efeitos de uma política bem estruturada e progressista, como a dos Estados Unidos, em comparação com uma retrógrada e arbitraria, como a que se tem observado no Brasil nesses utlimos anos de governo Lula e Dilma.

Wednesday, November 7, 2012

How This Happened





Got this very cool message yesterday shortly before Romney conceded Barack Obama's victory


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Luis,

I'm about to go speak to the crowd here in Chicago, but I wanted to thank you first.

I want you to know that this wasn't fate, and it wasn't an accident. You made this happen.

You organized yourselves block by block. You took ownership of this campaign five and ten dollars at a time. And when it wasn't easy, you pressed forward.

I will spend the rest of my presidency honoring your support, and doing what I can to finish what we started.

But I want you to take real pride, as I do, in how we got the chance in the first place.

Today is the clearest proof yet that, against the odds, ordinary Americans can overcome powerful interests.

There's a lot more work to do.

But for right now: Thank you.

Barack

Wednesday, August 22, 2012

Eu Também Já Vi o Mêdo da América



Texto escrito por mim em 2004, em seguida a reeleição de George W. Bush para a presidência dos Estados Unidos, e publicado pelo O Globo em 15-Nov-2004. Escrevi esse texto como um eco à excelente crônica escrita por Arnaldo Jabor – Eu Já Vi o Medo da América Profunda (O Globo – Segundo Caderno – 9-Nov-04), que, como a maioria dos textos do Jabor, foi profundo, oportuno e literalmente impecável.

Hoje sou eu quem mora nos EUA, isso já vão mais de 17 anos, quase 15, como imigrante. Nascido e criado nas praias douradas do Rio, com água salgada nas veias, sol na cabeça e lindas morenas nos olhos. Filho de classe média baixa, em plena ditadura militar do final dos 60 e 70, cresci politizado e sensibilizado pela injustiça e problemas sociais. Por força do trabalho, comecei a viajar para o exterior em meados dos 80, com passagens pela Europa, Asia e varias cidades americanas. Em 87 me mudei para San Francisco, a trabalho para uma grande empresa Brasileira, e em 89, para Los Angeles.

Em 90, com o nascimento da minha filha e um pressentimento sombrio sobre o advento do governo Fernando Collor no Brasil, resolvi aceitar um convite para me radicar definitivamente nos Estados Unidos, viver e trabalhar na California. Nos 11 anos que se seguiram vivi então uma fantasia de menino, a de surfar os “breaks” de Malibu e San Onofre, como protagonizado nas telas da minha juventude por Anette Funicello e Frank Avalone. Conheci de perto a “beach culture” americana: do surf, do volley de praia, da “muscle beach”, do roller-blade, do skateboarding.  Era uma América de uma juventude dourada, sarada e bonita, em muito parecida com a do meu querido Rio de Janeiro. Era uma América liberal, cosmopolita, formada por inglêses, autralianos, asiáticos, árabes e latinoamericanos. Isso tudo regado a temporadas regulares do Tom, do Ivan, do Hermeto e da Gal no Hollywood Ball.

Mas como não tem felicidade que dure para sempre nem tristeza que nunca se acabe, em Dezembro de 99 a firma onde trabalhava fechou. Depois de esgotar todas as minhas alternativas, em final de 2001 vim parar, entre todos os lugares, no Texas. Bastião do protestantismo mais intolerante, incruado e racista dos Estados Unidos. Berço e raiz da Ku-Klux-Klan, do escravagismo, da pena de morte e, como não poderia ser diferente, da dinastia Bush. Aqui se encontra uma igreja em cada esquina e uma arma em cada carro. Adesivos colados nos carros com dizeres do tipo “não mexa com o Texas”, “eu apóio as nossas tropas” ou ainda “se voar, eu mato” (em alusão a um clube de caça), são lembranças constantes da truculência e boçalidades Texanas.

Assim como o Jabor, eu também tive minha parcela de constrangimento quando, por exemplo, fui confrontado por colegas de trabalho com pegruntas do tipo: “O seu presidente também é comunista como o Hugo Chaves?, “Porque o Brasil votou contra os EUA na ultima reunião do WTO?”, “Como a Petrobras pode assinar um acordo de exploração com Cuba?”, ou ainda “Como a polícia brasileira teve a audácia de prender o piloto da American Airlines?”

Vivendo aqui, conheci o lado ainda mais podre da cultura americana. O lado das organizações “missionárias” pagas por companhias de petróleo para desalojar populações indígenas na América Latina, ou ainda por multinacionais para introduzir sementes transgênicas no Brasil, “por baixo dos panos” da WTO. Ouvi, atônito, à arrogância do locutor da rádio pública NPR numa manhã, descrevendo como satélites espiões americanos fotografavam as plantações de laranja e soja, e as culturas de gado no Brasil, para fornecer informações estratégicas a fazendeiros americanos.

É uma América decadente e facista. Onde há pouco mais de dez anos ainda se arrastavam negros até a morte, amarrados com correntes a para-choques de pickups dirigidas por adolescentes brancos e protestantes. Uma América onde o presidente declara no discurso de abertura da “Convenção Nacional dos Publicadores Evangélicos” que a grande ameaça aos EUA está nos povos que acreditam em outros deuses que não o “deus” americano.  Uma América que trancafia em Guantanamo Bay e outras dezenas de campos de tortura clandestinos espalhados pelo mundo, milhares de infelizes de pele morena e religiões que não o protestantismo branco americano. Essa América “religiosa”, fascista e ultra radical, que na defesa de seus “altos valores morais”, massacra, corrompe, estupra e destrói 50 anos de evolução, de democracia e de conquistas sociais em todo o mundo.

Wednesday, August 8, 2012




Morre aos 68 anos o músico "Magro" Waghabi, do MPB4


Morreu hoje, 8 de Agosto, por volta das 6 da manhã, de câncer, o "Magro", do MPB-4. A principio, tudo não passou de mais uma nota de falecimento nos jornais, mas na verdade o "Magro", ou Antônio José, como eu o conhecia, marcou minha vida e por ele eu nutria uma admiração especial. 


Éramos vizinhos no bairro de São Francisco, em Niteróisubúrbio do Rio, e nossos pais, melhores amigos de infância. Frequentava sua casa desde menino e seu avô, o "Seu José", como era conhecido na vizinhança, foi meu grande tutor, minha grande fonte de inspiração, meu professor particular de pintura, desenho e escultura por três memoráveis anos. Com ele eu aprendi praticamente tudo que soube de arte na minha vida. Costumava chegar da escola, tirar o uniforme, pegar minha bicicleta, meu material de desenho, e ir correndo para a casa do “Seu José”, que morava nos fundos da casa do “Waghabi”, o pai do Magro, para minhas aulas particulares com ele. Lembro-me claramente de uma vez quando ele se dirigiu a meu pai e disse: “Nunca dei aula de nada a ninguém, mas esse menino é diferente, gosto muito dele e acho que ele tem um futuro enorme pela frente, quero ensinar tudo que puder a ele”.

O “Magro” era o mais velho de três filhos assim como eu também sou o mais velho dos meus irmãos. Seu pai, assim como o meu (os dois, como se diz, eram “farinha do mesmo saco”, não era a toa que eram melhores amigos), queria de todos os modos que ele se formasse em engenharia. Foi um escândalo na família quando o “Magro” abandonou a faculdade pra seguir sua paixão pela música. Logo ele que, como o mais velho, deveria dar o exemplo para o resto dos irmãos. Sempre tive uma admiração profunda por ele, não só pelo seu talento, mas, sobretudo, pelo fato de ele ter tido coragem de seguir seu coração, coisa que, na época, eu não tive. Me lembro com clareza de muitas conversas a noite, em casa, ao redor da mesa de jantar, quando meu pai comentava: “Esse menino – o Magro – está perdido, isso não é coisa de gente decente, tenho pena do pai dele...”. Tanto meu pai quanto o Waghabi, o pai do “Magro”, eram partidários da ideia de que filho homem tinha que ser doutor, ou medico ou engenheiro, que aquele negócio de “arte” era coisa de “viado” ou de vagabundo. Com toda a pressão da família, e na fase mais negra da ditadura militar (como se diz em bom Inglês: “Against all odds”), o Magro deixou a carreira pra seguir seu coração. E deu no que deu. Viveu TODA a sua vida fazendo o que amava, música. Foram quase 50 anos dedicados exclusivamente a sua paixão. Fundou o MPB-4, compôs e arranjou musicas para Vinicius de Morais, Pixinguinha, Chico Buarque e outros “monstros” da musica popular brasileira.

Mudei-me do Brasil ainda jovem e, ano passado, em uma passagem pelo Rio, depois de muitos anos longe do Brasil, tive o prazer de dar-lhe um abraço durante um show patrocinado pela Repsol no Rio de Janeiro. Foi um prazer enorme ouvir o MPB-4 tão de perto e depois de tantos anos fora. Foi um prazer ainda maior poder dar-lhe um abraço forte depois de quase toda uma vida sem vê-lo. Ele me recebeu com um carinho especial e até emocionado. Me abraçou diante do publico presente, se virou para resto dos integrantes da banda e disse: “Esse e um grande amigo de infância, que não via há muitos anos, nossos pais eram melhores amigos e ele frequentava a minha casa quando era menino.”

Morre um grande sujeito, uma pessoa admirável, um tremendo expoente da musica popular brasileira, mas, sobretudo, morre um cara que soube seguir o seu coração. O legado que ele deixa para a MPB e para a própria alma do Brasil e imensurável!

Vá com Deus, “Magro”.